A ortopedia da demanda.
Para iniciarmos uma fala sobre a estruturação da linguagem no psiquismo, precisamos retornar a um período anterior a ela. Quando bebês, vivenciamos uma fase sem o mínimo de autonomia, estando em completa alienação à figura materna, em uma relação perfeita em que a necessidade é satisfeita sem espaço para duplo sentido da linguagem.
Após essa fase, começam os primeiros balbucios, e enfim, adentramos na linguagem! No entanto, essa entrada é cercada de desventuras, pois aquela necessidade que era saciada com perfeição pela alienação completa, agora precisa passar pela ordem da demanda e se encaixar na linguagem que até então era estranha à nossa existência.
Somos inundados de signos de coisas que anteriormente apenas vivenciávamos, e nisso nos enquadramos em substantivos que dão nome a estas coisas que há pouco não necessitavam se enclausurar em um signo específico. Amor, paixão, raiva, medo, angústia, todos são signos de sentimentos que guardam inúmeras significações e significantes individuais.
Da mesma forma funciona no desenho. Para a interpretação dos símbolos, significantes e significados, é necessário um olhar individual, para que possamos destrinchar o simbólico aplicado naquele contexto. Assim como na linguagem, existem símbolos universais que norteiam a análise; entretanto, para uma assertividade maior, é necessário que a subjetividade do indivíduo seja o ponto central da interpretação.
Por isso, é importante aprender a analisar e interpretar desenhos, para que possamos aplicar os conceitos a nível individual. Em breve, teremos novidades animadoras sobre o ensino dessa prática!